23/10/2018 - A necessidade da autoconsciência
- 20/07/2022
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Texto do Seminarista Jordano
No seminário, descobri que a vida comunitária, não admite, como em nenhum ambiente, o individualismo. Porém, a individualidade é essencial para a vida em conjunto pois a individualidade é uma das facetas da autoconsciência.
A autoconsciência é a origem das mais altas qualidades humanas, pois é por meio dela que conseguimos distinguir entre o “eu” e o mundo. Por pior que se use, deixe de usar, ou mesmo abuse dessa aptidão, ela constitui os rudimentos da capacidade de amor ao próximo, ter sensibilidade ética, considerar a verdade, criar a beleza, dedicar-se a ideais e morrer por eles, caso necessário.
Todo organismo possui uma, e somente uma, necessidade central na vida – realizar as suas potencialidades. A semente de uma árvore, por exemplo, é uma árvore em potencial. Bem como um filhote de passarinho um dia crescerá e voará como os outros. Mas a tarefa do ser humano em busca da plenitude de sua natureza é muito mais complexa. A evolução do homem não é automática como a da árvore, pois somente realiza suas potencialidades quando planeja e escolhe conscientemente.
Qualquer organismo que deixe de cumprir suas potencialidades adoece. As pernas se atrofiam caso a pessoa não ande e o organismo todo fica fraco pois afeta a circulação sanguínea e os batimentos. Igualmente ocorre quando o homem não preenche as suas potencialidades como pessoa humana.
Para que ocorra essa realização das potencialidades é preciso, antes de qualquer coisa ser autêntico naquilo que se faz. É evidente na sociedade moderna que falta inteireza. Vivemos em uma sociedade fragmentada em que é proibido misturar assuntos. A ciência deve explicar os fenômenos naturais, a psicologia os fenômenos psicológicos, a religião não pode ser sequer mencionada, a vida social não se mistura com a vida familiar. Logo, produz-se indivíduos fragmentados, inconsistentes e, em última análise, vazios.
Nesse sentido, precisamos da autoconsciência, para sermos nós mesmos e não ser apenas “mais um” no meio de tantos. O caminho para a descoberta da própria autoconsciência, ao meu entendimento, parte do momento em nós nos reconhecemos filhos de Deus. E sendo todos filhos precisamos viver como irmãos na fraternidade.
O resto é balela...
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